Do Estadão
A apenas cinco dias da data marcada para a última rodada de votação da reforma do Código Florestal, a polêmica entre ambientalistas e defensores do agronegócio sobre a preservação da vegetação nativa em parcela das propriedades rurais do Brasil caminha para o impasse.
Representantes de produtores rurais rejeitam recuperar áreas desmatadas à beira de rios, por exemplo, porque isso representaria a perda de áreas produtivas. Produtor rural e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária, o relator do projeto, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), quer mudar o texto aprovado em dezembro no Senado – espécie de meio-termo entre o que querem ambientalistas e produtores.
- “Não vamos simplesmente aprovar o que veio do Senado, isso dificilmente ocorrerá”, avisou o deputado.
Avalista do acordo selado no Senado, o governo calcula não dispor dos votos necessários para evitar a repetição da grande derrota política que a presidente Dilma Rousseff sofreu, em maio de 2011, nesse mesmo tema. Por isso, o PT resolveu ontem bloquear a votação caso parte dos aliados se negue a endossar o texto já acordado no Senado.
O acordo com produtores de camarão, por exemplo, que garantiria a expansão limitada da atividade instalada depois de 2008 em um parcela dos manguezais chamada de apicum, volta à estaca zero.
“Tecnicamente, apicum não é uma área de preservação permanente”, pondera Piau. O líder do PMDB,Henrique Eduardo Alves (RN), está à frente do lobby dos produtores de camarão.
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