Por Bárbara Mengardo
“Milton, para mim, é a personificação da lutanegra no Brasil, porque ele esteve em momentos grandiosos e importantes dessa história, e persiste até hoje nessa luta”. A frase é da integrante do Movimento Negro Unificado Suely Santos, se referindo ao amigo e companheiro Milton Barbosa.
Esse homem sorridente, que possui uma trajetória de vida entrelaçada à história do movimento negro no Brasil e é hoje um dos principais expoentes na luta pela democracia racial no nosso país, nasceu em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, no dia 12 de maio de 1948.
Aos três anos se mudou com a mãe, empregada doméstica, e a irmã para a capital paulista, onde morou no bairro do Bixiga. Lá, segundo ele mesmo, foi criado “No meio de pessoas marginalizadas”, e conviveu de perto com a discriminação racial.
Uma de suas primeiras percepções sobre o racismo se deu no período escolar: “Na escola tinha uma dancinha, um tal de minueto, que eram as branquinhas e os branquinhos que dançavam. Os negros só faziam outros tipos de danças, mais populares” conta.
Durante sua juventude, Milton foi muito abordado pela polícia, que o parava apenas pela cor de sua pele. Esse tipo de situação o levou para o movimento negro: “Você aprende que precisa combater a discriminação, porque a grande massa da população não é racista porque quer, mas porque introjetaram isso na cabeça dela. O racismo é um dos pilares do capitalismo, é uma forma de dominação e divisão para garantir o capital”.
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