quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Crianças já podem nascer em Mossoró


"...Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção..." Essas palavras fazem parte do famoso Juramento de Hipócrates, dito pelos médicos quando da formação superior na Medicina. Não foi bem essa reflexão que se viu dias passados, quando anestesiologistas cruzaram os braços e fincaram no coração de parturientes a incerteza do nascimento de seus filhos. A prerrogativa apresentada pela categoria, por melhores condições de trabalho, não pegou bem. Eles tiveram toda a existência da Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM), mantenedora da Casa de Saúde Dix-sept Rosado e da Maternidade Almeida Castro, para protestar. Não o fizeram. Deixaram o plano para a entrada de ano. 2012 veio com a incerteza com relação à atuação médica no nascimento de crianças na única maternidade de Mossoró. Veio e ficou, por pouco tempo. O suficiente para levantar, mais uma vez, a velha e conhecida história de que a Maternidade Almeida Castro precisa de apoio. De verbas. Isso é claro. Óbvio. Se os trabalhadores que prestam serviço à Apamim passaram 2011 reclamando de salários em atraso e descumprimento de outras especificidades trabalhistas, lógico que o órgão não tinha investido em infraestrutura. Mas a questão não é essa, apesar de ser, também, importante para qualquer debate relacionado à saúde da mulher. O interino pensa que a questão vivenciada em Mossoró é mais para o campo ético mesmo. O homem tem o livre arbítrio. A escolha entre o bom e o mau. Bem e mal. No caso dos anestesiologistas, ficou evidente que o bom optado por eles foi o mais conveniente à categoria. Saliente-se que antes da decisão exposta pelos médicos, partos eram realizados sem qualquer anormalidade (tornada pública). A ética preconiza que só se pode faltar com a verdade em caso de risco à vida. O interino não está aqui afirmando que eles tenham feito assim. Longe disso. Apenas discorrendo que a vida de crianças foi posta em risco - e dos grandes - por algo que deveria ter sido negociado bem antes. Enfim, o que ficou notório é que os médicos queriam apenas dinheiro. Nada mais. A "greve" já acabou. Crianças já podem nascer aqui.
Fonte: Jornal De Fato

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