O trânsito dos táxis e vans intermunicipais (veja postagem mais abaixo ou AQUI) em Mossoró gera mais problemas para o Governo do prefeito Francisco José Júnior (PSD). Produz uma espiral de antipatias que poderiam ser evitadas.
Ele prometeu que só tomaria qualquer decisão sobre o assunto, ouvindo representantes do empresariado e a própria categoria de condutores desses veículos, via sua entidade, denominada “ATACAMA”.
Na prática, fez o contrário. Baixou decisão sem qualquer diálogo prévio fora do governo.
Os condutores desses veículos foram chamados hoje para serem cientificados das mudanças, mas não para qualquer discussão. O empresariado, nem isso. Foi esquecido ou ignorado mesmo.
As mudanças no trânsito primeiramente estavam marcadas para acontecer a partir do dia 10 de junho, quando haveria proibição radical de circulação dos táxis e vans pelo centro da cidade. A medida rude mexeu até com vereadores governistas, que saíram da inércia pedindo um meio-termo. O empresariado levantou a voz contra, temendo enormes prejuízos.
Cidade Junina
O prefeito foi obrigado a recuar devido reação em contrário e ameaça de sabotagem à realização do Mossoró Cidade Junina. A Atacama deixou claro que poderia radicalizar e enfrentar a polícia, se fosse necessário.
Temendo que os motoristas tumultuassem o evento, com repercussão estadual ou até mesmo nacional, o prefeito suspendeu a medida. Assegurou que se reformularia tudo, com a anuência de taxistas e empresariado, além de envolvimento dos vereadores no debate.
A reunião de hoje na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, a Secretaria de Mobilidade excluiu o empresariado. A maioria dos vereadores preferiu não aparecer.
Representantes do Sindicato do Comércio Varejista (SINDIVAREJO), Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) não foram sequer convidados.
Consideração
No dia 8 de junho (veja AQUI), em audiência na Prefeitura, houve compromisso textual de Francisco José Júnior de que nenhuma decisão seria tomada sem ouvi-los.
Por quê?
Porque há preocupação de que dificuldades criadas para o trânsito da população flutuante comprometa mais ainda o comércio de bens e serviços de Mossoró.
Estima-se que consumidores de mais de 90 municípios desembarquem diariamente em Mossoró, para compras e uso de serviços diversos, como no campo da Saúde. De oito a 16 mil ou mais pessoas todos os dias afluem para Mossoró, vindas até de municípios da Paraíba e Ceará.
O Sindivarejo chegou a promover uma pesquisa pioneira sobre o assunto, com apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN), que ratificou a importância desse contingente humano (veja AQUI).
“Faltou, outra vez, respeito às pessoas, às instituições e à própria palavra empenhada” – censurou o vereador Genivan Vale (PROS), que participou da reunião de hoje. “Os empresários de Mossoró esperavam mais consideração”, completou.
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