Turistas procuram casas de Praia em Tibau
O número de casas fechadas antes do veraneio chega a 4 mil. Ou seja, a quantidade de residências desocupadas é superior ao número de moradores permanentes. Estrutura de Tibau ainda é insuficiente para consolidar o turismo na cidad
Diego Carvalho/De Tibau
Com a proximidade do fim de ano e do veraneio, muitas famílias se transferem para o município de Tibau, que abriga a praia das Emanuelas e tem o privilégio de fazer divisa com a praia do Ceará.
A procura pelo aluguel de casas já começou e a demanda está elevada, segundo informou o corretor de imóveis, Nilton José.
O corretor explica que, habitualmente, intermedeia o aluguel de casas para a temporada, que abrange os 31 dias de janeiro e a primeira semana do Carnaval. Ele afirma que o prefeito da cidade, Josinaldo Marcos, pretende conversar com representantes de Mossoró e do Governo do Estado a fim de possibilitar a realização de eventos durante o período carnavalesco. Para o corretor, a concretização dessa proposta atrairia turistas para Tibau.
“A procura por casas de praia está alta. Recentemente, turistas que estavam hospedados em Mossoró entraram em contato, buscando um local para ficar durante os 15 primeiros dias de janeiro. O problema é que alguns proprietários de casas não divulgam preços antecipadamente. Primeiro, eles querem saber qual será a programação do veraneio, para, então, estabelecerem, um valor de aluguel adequado”, disse Nilton José.
O corretor diz ainda que iniciou o processo de avaliação das casas situadas em diversos setores. Essa atividade é necessária para ajudar a definir os valores dos imóveis. Nilton acrescenta que já alugou uma casa bem estruturada e com piscina por R$ 18 mil para o período da temporada. Para ele, essa movimentação aquece a economia de Tibau.
“A procura por casas pode aumentar ainda mais. Essa busca é benéfica para todo mundo. Pessoas que fazem faxina, as que realizam reparos nas residências e os comerciantes ganham com o desejo dos turistas de se instalar no município”, completou.
O secretário de Turismo de Tibau, Milton Guedes, falou sobre a movimentação de fim de ano na cidade, que tem 3.800 habitantes. Segundo Milton, o número de casas fechadas antes do veraneio chega a 4 mil. Ou seja, a quantidade de residências desocupadas é superior ao número de moradores permanentes.
“O grande pico acontece na virada do ano, quando registramos 80 mil pessoas em Tibau. No segundo semestre, os proprietários de casas começam a preparar os imóveis para receber as famílias. Contudo, esse movimento se intensifica em dezembro. Com a finalização da Festa de Santa Luzia, as pessoas começam a se transferir para Tibau”, declarou.
Para o titular do Turismo, o sucesso do veraneio está condicionado aos eventos de Carnaval, proibidos através de decreto de emergência estabelecido pelo Governo do Estado, devido à falta de chuvas em municípios do Rio Grande do Norte. Milton Guedes acrescenta que a estrutura apresentada por Tibau ainda é insuficiente para consolidar o turismo na cidade. “Hoje, temos apenas seis pousadas no município. Precisamos de uma estrutura maior”, disse.
A violência é apontada pelo secretário como o fator que afastou pessoas de classe alta da cidade. “Com a duplicação da RN 013, rodovia que liga Mossoró a Tibau, pensávamos que pessoas com poder aquisitivo mais elevado se transfeririam para cidade. Mas isso não aconteceu. O fato de as pessoas ficarem sujeitas a atos de violência afastou essa possibilidade, uma vez que as casas ficam mais isoladas na época de baixa temporada”, ressaltou.
Milton diz que é necessário diversificar o produto turístico para tornar Tibau uma cidade com mais atrativos. Segundo ele, Tibau é um dos quatro municípios do Estado que possuem um Plano de Ação Turística.
“A Organização Mundial do Turismo ensina como, a médio e longo prazo, consolidar a cidade como ponto turístico em quatro anos. São seis meses para construção desse plano e precisamos implementá-lo. Mas, infelizmente, o setor turístico enfrenta dificuldades internas. Convidamos pessoas para implantarmos o Conselho Municipal de Turismo, mas apenas 10% delas compareceram. Outro exemplo remete ao período em que recebemos, através do Governo do Estado, capacitação para cozinheiros, camareiros, garçons e recepcionistas. Para participar dessa qualificação, cada pessoa receberia R$ 400,00. Mas, o projeto não teve continuidade, visto que não conseguimos formar uma turma com 30 pessoas”, completou.
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