“Extra, extra. Mossoró tem uma réplica da estátua da liberdade! ”. Tal informação poderia ser uma brincadeira de mau gosto, ou ainda uma informação desencontrada, mas de fato a capital do Oeste potiguar, com toda a tradição sertaneja e do cangaço, possui uma alusão ao monumento da liberdade norte-americana. O monumento, construído em 1904 na praça Jornalista Dorian Jorge Freire (antiga Praça da Redenção), fazia alusão à vitória dos abolicionistas na luta contra a escravidão.
Quem atesta tais informações, e vai além, é o pesquisador e produtor cultural Thalles Chaves Costa, que apresentou na última semana a dissertação “Caminhos da arte em Mossoró – obras de arte nos espaços públicos de 1904 a 2014”, com a qual conquistou o título de mestre no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PPGCISH/Uern). Thalles realizou um mapeamento crítico das obras de arte públicas produzidas em Mossoró, que trouxe à cidade importantes contribuições até então desconhecidas.
“Descobri que existe uma lei municipal de 1989 em Mossoró, que obriga toda edificação com mais de 1.000m² a ter uma obra de arte permanente, tal obra tem que ser feita por um artista local, ou radicado no Rio Grande do Norte. Foi a partir desta premissa que comecei minha pesquisa”, explica Thalles.
O pesquisador explica que as obras de arte em Mossoró surgem historicamente a partir de quatro esforços: a presença de filominésicos (ou amigos da memória) que eram pessoas que prestavam homenagens na cidade através da construção de obras artísticas; o poder público, que em dado momento da história começa a difundir arte pela cidade; os “mecenas”, que eram figuras que patrocinavam o trabalho de jovens artistas (por exemplo, a obra de Marcelo Amarelo, nas proximidades da Petrobras, paga com dinheiro de um empresário) e os artistas independentes, que espalham sua arte em defesa de seu próprio sustento.
“Apesar de termos uma lei que é clara em sua determinação, sabemos que ela não é perfeita e até por isso não é respeitada. A lei não prevê pena, não é crime não ter obra de arte, mas podemos denunciar ao Ministério Público. Ao mesmo tempo alguns artistas da cidade têm receio com a lei, pensando que ela pode favorecer algum grupo”, comenta o pesquisador.
O trabalho de Thallles foi minucioso ao catalogar quantas obras existem na cidade, dando ênfase à época em que cada uma foi feita e qual é sua proveniência. Para ele, na cidade ainda há prevalência de obras que rememoram o cangaço, e as vitórias sociais que permeiam o imaginário do mossoroense (libertação feminina e abolição da escravatura), e registrar isso tem uma importância histórica fundamental, ressalta o pesquisador.
“Descobri que existe uma lei municipal de 1989 em Mossoró, que obriga toda edificação com mais de 1.000m² a ter uma obra de arte permanente, tal obra tem que ser feita por um artista local, ou radicado no Rio Grande do Norte. Foi a partir desta premissa que comecei minha pesquisa”, explica Thalles.
O pesquisador explica que as obras de arte em Mossoró surgem historicamente a partir de quatro esforços: a presença de filominésicos (ou amigos da memória) que eram pessoas que prestavam homenagens na cidade através da construção de obras artísticas; o poder público, que em dado momento da história começa a difundir arte pela cidade; os “mecenas”, que eram figuras que patrocinavam o trabalho de jovens artistas (por exemplo, a obra de Marcelo Amarelo, nas proximidades da Petrobras, paga com dinheiro de um empresário) e os artistas independentes, que espalham sua arte em defesa de seu próprio sustento.
“Apesar de termos uma lei que é clara em sua determinação, sabemos que ela não é perfeita e até por isso não é respeitada. A lei não prevê pena, não é crime não ter obra de arte, mas podemos denunciar ao Ministério Público. Ao mesmo tempo alguns artistas da cidade têm receio com a lei, pensando que ela pode favorecer algum grupo”, comenta o pesquisador.
O trabalho de Thallles foi minucioso ao catalogar quantas obras existem na cidade, dando ênfase à época em que cada uma foi feita e qual é sua proveniência. Para ele, na cidade ainda há prevalência de obras que rememoram o cangaço, e as vitórias sociais que permeiam o imaginário do mossoroense (libertação feminina e abolição da escravatura), e registrar isso tem uma importância histórica fundamental, ressalta o pesquisador.
Da arte como função social ao mestrado
Thalles Chaves defendeu no dia 30 de junho a dissertação “Caminhos da arte em Mossoró – obras de arte nos espaços públicos de 1904 a 2014”, que lhe conferiu o título de mestre. Ele comenta que o trabalho, agora indicado para publicação, deverá se transformar em livro, contendo os dados coletados para a pesquisa.
Ele diz que para além dos resultados estatísticos, seu trabalho destaca a função social da arte em Mossoró, e o que poderá possibilitar a artistas que queiram reivindicar o direito de adornar a cidade. Para ele, poucos artistas sequer sabem que a lei existe, por isso não a reivindicam.
“Um dos objetivos do trabalho é identificar os artistas, as obras, os tipos, os materiais e os contextos em que elas foram concebidas, analisando como essas obras de arte que estão inseridas nos espaços públicos de Mossoró – os monumentos, os bustos, as esculturas, as talhas, os mosaicos, os painéis, os grafites e as obras mistas – colaboraram, entre 1904 (primeira obra de arte pública identificada na cidade) e 2014 (término deste projeto e da pesquisa), no resgate de fatos ocorridos no passado e na construção de identidades individuais e coletivas das pessoas e do lugar”, destacou.
Ele diz que para além dos resultados estatísticos, seu trabalho destaca a função social da arte em Mossoró, e o que poderá possibilitar a artistas que queiram reivindicar o direito de adornar a cidade. Para ele, poucos artistas sequer sabem que a lei existe, por isso não a reivindicam.
“Um dos objetivos do trabalho é identificar os artistas, as obras, os tipos, os materiais e os contextos em que elas foram concebidas, analisando como essas obras de arte que estão inseridas nos espaços públicos de Mossoró – os monumentos, os bustos, as esculturas, as talhas, os mosaicos, os painéis, os grafites e as obras mistas – colaboraram, entre 1904 (primeira obra de arte pública identificada na cidade) e 2014 (término deste projeto e da pesquisa), no resgate de fatos ocorridos no passado e na construção de identidades individuais e coletivas das pessoas e do lugar”, destacou.
Do Mossoroense
Cláudio Palheta Jr.
Editor do Universo
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