Por Josué Moreira
“A nosso ver, a chave misteriosa das desgraças que nos afligem, é esta e só esta: a ignorância popular, mãe da servilidade e da miséria”, Rui Barbosa (1849-1923). Nove décadas se passaram e o quadro não mudou. O caminho continua sendo o mesmo e do mesmo jeito este caminho não está sendo trilhado. Padecemos.
A educação é a ferramenta ideal de transformação social mal utilizada atualmente. O quadro e giz já não atraem os jovens. Os professores disputam a atenção dos alunos com a programação televisiva, os ‘encantos’ da internet e as ‘facilidades’ da rua. Termina o mestre da sala de aula com quadro e giz perdendo esta disputa desigual.
Precisamos, enquanto sociedade, pelo menos, nivelar as partes. Amplias as chances dos mestres nas salas de aula e reduzir da TV, da internet, da rua.
Entre as escolas brasileiras, o modelo que mais se aproxima deste ideal, que está ao nosso alcance, é o Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN). O conheço bem. No geral, as escolas de ensino médio e fundamental I e II seguem o cenário indesejado aos alunos e professores e que os pais, a sociedade não se mobiliza para mudá-la.
É necessário mobilizar a sociedade para salvar a educação, lutar por mais desenvolvimento social, por segurança nas ruas, por saúde. Vamos pensar em construir escolas em locais amplos, com estrutura adequada para os mestres ensinar nos horários da manhã o conteúdo programático das ciências, da cartilha de português e os números da tabuada.
À tarde, uma boa revisão e reforço e por fim práticas esportivas, culturais e recreativas. Por exigência da sociedade, as escolas teriam ginásios de esportes, estádios de futebol com perfil olímpico, bibliotecas atualizadas, estrutura que possa oferecer ensinamentos de música, dança, artes plásticas, fotografia, cursos de capacitação técnico/profissional nas mais variadas modalidades que a região tanto precisa.
Obvio que a metodologia empregada pelos professores seria o que a ciência apontasse ser a melhor para caminho de ensinar de forma agradável, sem imposições e o desconforto do quadro e do giz. Não se pode falar em melhorar a educação sem pensar em salários dignos para os professores. Estes devem vir, inclusive, primeiro.
E por que não sonhar mais alto. Sonhar numa grade curricular no ensino fundamental com ensino do que seja política, filosofia, sociologia assim como o Artigo V da Constituição Federal, ou seja, tão somente nossos deveres e direitos enquanto cidadão. Não faz sentido algum o jovem votar, aos 16, sem saber o que é política, aqui vista como um debate de boas idéias, que resulta em bons projetos em prol da coletividade.
Com a escola funcionando em tempo integral, realmente em tempo integral, como forma de exigência da sociedade, o jovem chegaria aos 18 anos pronto para o mercado de trabalho. Entraria na faculdade já com o seu salário. Alto estima lá em cima. Produzindo e verdadeiramente crescendo, transformando seu meio e trazendo paz social ao nosso meio.
A educação é vetor também para melhorar a saúde. Precisamos de mais saúde nas escolas, isso seria possível numa escola em tempo integral, onde o jovem teria aulas de educação alimentar e física, prevista na grade curricular, aprenderia praticando, evitando assim, problemas de saúde ocasionados pela alimentação incorreta que leva muitos por exemplo a obesidade que tanto mata e destrói sonhos inclusive de jovens.
Os mais de 270 mil habitantes de Mossoró, com educação alimentar correta, não deveriam freqüentaria 250 mil vezes as UPAS dos Bairros Santo Antônio e Alto São Manoel, como aconteceu em 2011. Este número, por si só já revela uma sociedade doente. Carente, não de injeção, mas de conhecimento, de costumes, de cultura, de esportes, de educação.
A redução da violência seria natural.
Consciente, os jovens seriam menos influenciados a entrarem no mundo das drogas e dos crimes.
Nos dados levantados pelo jornalista Cézar Alves, aconteceram de 2006 até esta sexta-feira, dia 7 de junho de 2013, nada menos do que 920 homicídios em Mossoró, em sua maioria em função das drogas, podendo ser caracterizada como agravo persistente e preocupante em termos de saúde pública.
Um dado assustador, se considerar que para cada homicídio são pelo menos três (3) famílias destruídas e perdas de força de trabalho. Deveria ser visto como terror social e preocupação econômica também.
E tudo isto é um direito nosso previsto no nosso ordenamento jurídico desde 1988 na Constituição Federal em seu Art. 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A educação é sim, o caminho mais seguro para instituirmos a paz social.
Josué Moreira é professor do Instituto Federal (IFRN/Mossoró) e foi candidato a prefeito de Mossoró nas eleições de 2012, pelo PSDC
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