Prostituição é tema de discussão no Dia Internacional da Mulher
Ednilto Neves
O Centro Feminista 8 de Março (CF8) destaca a temática da prostituição como discussão que marcará o Dia Internacional da Mulher. As mulheres integrantes do CF8 devem realizar no dia 8 de março, às 8h, uma marcha intitulada ‘O mundo não é mercadoria, as mulheres também não’, saindo do Centro de Treinamento, na Praça dos Hospitais, até a Praça Rodolfo Fernandes, no Centro.
De acordo com a coordenadora do Centro Feminista, Conceição Dantas, houve um retrocesso no que diz respeito ao mercantilismo do corpo, tanto na música quanto na televisão. “Com a vinda da Copa do Mundo para o Brasil em 2014, temos a ameaça da legalização da prostituição como profissão, onde os cafetões serão empresários. Somos contrárias a isso”, destacou.
Conceição Dantas destacou ainda que, na América Latina, existe uma imposição da nudez, pela mídia e pela sociedade em geral, que, como um todo, e que isso legítima a mulher a expor mais o seu corpo. “A chamada indústria da plástica e da beleza já leva a mulher a se prostituir, pois você nunca acorda pela manhã dizendo: eu quero ser prostituta. Você não deseja que quando sua filha crescer ela seja uma prostituta. A mulher é levada a se prostituir pelas condições que as são impostas”, acrescentou.
Ela afirmou ainda que a prostituição esteja ligada a uma ideia liberal de direitos e à sociedade de consumo. “A mulher se prostitui hoje por um calçado caro, para estar em uma balada, para cursar uma universidade. É uma condição que foi imposta e faz parte sim da questão da exploração da mulher”, disse Conceição Dantas.
Segundo a feminista, na Holanda a prostituição já foi legalizada. Lá os cafetões são tidos como empresários e os estupros são acidentes de trabalho. “Não podemos deixar que essa condição chegue ao Brasil, por isso escolhemos a discussão para o Dia Internacional da Mulher”.
No entanto, segundo ela, as mulheres estão em um patamar mais avançado do que os homens no que diz respeito à educação. “Os avanços são resultados da auto-organização das mulheres, que têm estado sempre presentes nas lutas sociais, como o voto, a ditadura militar, entre outras questões”, concluiu Conceição Dantas
Fonte Gazeta do Oeste
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