quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Uma educação que humanize os alunos


Artigo: Uma educação que humanize os alunos e os prepare para o futuro


Nesses dias tenho lido uns questionamentos de leigos da educação ao questionar o seguinte: a escola com menos professores e mais alunos em salas, não seria melhor para garantir uma educação de qualidade (?), e os professores que ficarem ganharem melhor. Uma ideia absurda nesses tempos de globalização, nem o capitalismo defendem mais uma ideia dessas, é uma sugestão totalmente fora de contexto educacional, é seguir na contra mão da educação de qualidade. Hoje a discussão entre os educadores é diminuir nas salas de aula o nº de alunos, para que o professor possa acompanhar de perto o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. O professor hoje na escola é pau pra toda obra, às famílias “abandonaram” o acompanhamento educacional dos filhos e deram mais essa tarefa para os professores. Esse “abandono” se dá por n causas, a questão hoje, a mulher trabalha para ajudar no orçamento de casa, separação de casais atrapalha os novos atrativos multimídia (TV, internet com suas redes sociais...).

Por que menos alunos nas salas?

O professor precisa interagir com os alunos, observar de perto o desenvolvimento dos alunos e apontar soluções para as dificuldades. Uma sala lotada como o professor pode fazer esse acompanhamento pedagógico?

As salas de aulas são pequenas, desconfortáveis, uma sala de aula com 50 alunos torna inviável para o professor caminhar pela sala, no dia da avaliação como pode medir os conhecimentos (o correto da avaliação seria diagnosticar os alunos, uma discussão boa para debater na Semana Pedagógica, qual o tipo ideal de avaliação?). Os alunos comprimidos uns com os outros, uma lata de sardinha, melhor de alunos, a não ser que faça as avaliações de dupla? Não seria muito pedagógico, pois a cultura educacional do Brasil é individual, vestibulares, ENEM, concursos públicos..., temos que nos adequar a essa realidade.

O pior nas salas lotadas é a indisciplina, acompanhar um contingente grande de alunos num espaço pequeno torna inviável a aprendizagem dos alunos. O que torna a sala de aula “mais cheia” é os acompanhantes indesejados dos alunos, ou seja, a parafernália digital que levam para a sala.

Interessante que os leigos da educação não questionam os salários dos políticos, que além de ganharem muito bem, assalta ainda os cofres públicos. Magistrados que ganham fortunas e não garantem ao Cidadão uma justiça-cidadã. O que onera os cofres públicos não são os míseros salários dos professores ganham, mais a corrupção que solapei o solo brasileiro.

Nos tempos atuais muitos cursinhos de pré-vestibular tem adotado esse esquema de auditórios lotados e na mão microfone, nesse caso é diferente, é apenas transmissão de conhecimentos para o vestibular, o aluno não questiona os professores não fazem prova, não acompanha de perto, não sabe nem o nome dos presentes, pois objetivo ali é jogar o maior número de conhecimentos direcionados para o vestibular, como dizia o mestre Paulo Freire, “educação bancária”.

Entende de educação quem vivencia o dia a dia, não é fácil hoje ser professor das escolas públicas, escolas sem estruturas, sem bibliotecas, sem laboratórios de informática, sem laboratórios de ciências, baixos salários, salas numerosas, excesso de atividades nas costas do professor, políticos descompromissados com a educação e pais que deixaram órfãos seus filhos para a escola tomar conta, e ainda temos que conviver com o fantasma das drogas que assusta os professores, é a realidade da educação no Brasil.

Fonte: Professor Wellington Pint
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