Thammy Gretchen tinha tudo – corpo, fama, rebolado – para seguir o caminho da mãe, a “rainha do bumbum”. O problema é que a moça não se sentia uma... moça. Nadando contra as previsões, abandonou os palcos, os ensaios sensuais, assumiu seu lado “mais homenzinho” e prepara-se para estrear na próxima novela das 9, Salve Jorge. E, de símbolo sexual, tornou-se símbolo de libertação sexual
Paulo Vainer
Ironicamente, a primeira vez que Thammy Miranda virou notícia foi no exato dia em que, visivelmente, se tornou uma menina. A imprensa apareceu para cobrir, em 1983, quando ela, ainda bebê, furou a orelha. Posou de brinquinho novo ao lado da mãe, a cantora Gretchen, que, na época, desfrutava o apogeu de sua glútea majestade. Para Thammy, começava ali uma longa e quase nunca fácil relação com o show biz e o olho público. E que, quase sempre, tinha a ver com o fato de ela ser uma menina. Mal sabiam eles...
Famosa mesmo ela ficou aos 16 anos, quando surgiu nos programas de auditório e palcos do Brasil como bailarina nos shows da mãe. Magra, mas cheia de curvas. Cabelão no meio das costas. E caprichando no rebolado que seu nome artístico, Thammy Gretchen, evoca. Em dois tempos a moça prometia ser uma sucessora à altura da mãe nos anos 1980. Só um problema: Thammy não gostava nada do papel de princesa do bumbum. É que, desde pequena, gostava mais de olhar para as meninas do que se portar como uma. “Estava tudo meio programado para que eu fosse uma sequência da minha mãe”, ela recorda, “mas eu não gostava de dançar. Eu não gostava de ser do jeito que eu era.” Quando ela diz “jeito”, quer dizer justamente as curvas, o cabelão, o rebolado. E foi nessa época que, longe das câmeras, ela começou a se tornar alguém muito diferente da Gretchen orginal.
Leia a entrevista completa na Trip de setembro, edição #214, especial Pênis, que chega às bancas a partir do dia 6, quinta-feira.
Aqui, alguns trechos:
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Aqui, alguns trechos:
“Eu não ia com a minha cara. Olhava uma coisa e me sentia outra. Tanto que eu não conseguia comprar roupa para mim. Minha mãe comprou roupa para mim enquanto eu fui menina. Eu não sabia combinar um brinco com uma pulseira, um sapato com uma saia, sabe?”
“Eu tinha 25 anos e fui no ginecologista. Chegou na hora, o médico falou que não dava para fazer o tal exame. E minha mãe, que estava junto, perguntou se eu tinha algum problema. O médico virou pra ela e disse: “Problema, não. Mas ela ainda é virgem”. Ela não se conformava! “Pelo menos experimenta pra ver se você gosta!” Acho que foi naquele dia que caiu a ficha dela e que ela entendeu que eu não gostava mesmo de homem.”
“Se considerar como eu me sinto internamente, acho que eu deveria ter nascido homem. Porque é como se eu não conseguisse pensar como mulher.”
Sobre o convite para fazer parte do elenco da próxima novela das 9, Salve Jorge:
“Eu estou amando. E, se a Gloria Perez acreditou em mim, quem sou eu para não acreditar? Estou amando os ensaios, as leituras de texto, tudo. É como se finalmente eu tivesse encontrado algo de que eu realmente goste. Antes eu desistia de tudo, sempre.”
Paulo Vainer
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