domingo, 24 de junho de 2012

"Não saiba a mão esquerda o que dá a direita"

Narra o evangelista Mateus (cap. VI, vv. 1 a 4.): "Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará".
Há um grande mérito em fazer o bem sem alardear o feito. Mais ainda, em sentido figurado, ocultar a mão que dá, demonstrando assim, uma grandeza moral.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos chama à atenção ao fato de muitos só fazerem algo ao próximo, na esperança do beneficiado divulgar por toda parte o bem recebido. Também há aqueles que na prática da caridade procuram espalhar o feito aos quatro ventos. Daí, Jesus declarar: "Os que fazem o bem ostentosamente já receberam sua recompensa". Aqueles que preferem a satisfação de terem seu ato de caridade aprovado pelos homens aparentam depositar mais valor na vida presente, do que na futura.
Não saber a mão esquerda o que faz a mão direita é um belo sentido ilustrado do fazer sem alarde, com simplicidade.
Mas há também os adeptos da falsa modéstia. Ocultam a mão que dá, deixando um pedacinho de fora, de forma que alguém possa perceber.
O Espírito Joanna nos adverte que ao sermos convidados ao banquete da era nova, não nos preocupemos com as grandiosas realizações que exaltem o ego. Enquanto muitos aguardam momentos de magnitude para cooperar com o bem, sejamos o que escolhe as atividades aparentemente de pequena importância, porém, de grande valor à harmonia do todo. "Sempre há lugar para quem deseja servir sem exigências, sendo muito bem recebida qualquer cooperação espontânea".
A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a fragilidade do beneficiado. Este aceita o benefício, sem que se sentir humilhado e tem a dignidade de humana resguardada.
A verdadeira caridade é delicada e torna-se sublime, quando o benfeitor, procurando inverter os papéis, se coloca como beneficiado diante daquele a quem presta o serviço. Eis a profundeza das palavras de Jesus, "Não saiba a mão esquerda o que dá a direita"

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