Unindo forças contra o machismo, o racismo, a lesbofobia, a
misoginia e ao sexismo, acontece hoje em Natal a Marcha das Vadias, que
foi realizada conjuntamente em mais 14 estados de todo o Brasil. Todo
tipo de violência contra as mulheres é criticado.
A campanha está acontecendo pela terceira vez na capital potiguar e
reuniu neste sábado (26) cerca de 70 pessoas, na sua maioria mulheres,
que se juntaram com faixas, cartazes e roupas sensuais numa
movimentação horizontal. “Estamos indignadas com o duplo homicídio, que
ceifou a vida de mãe e filha em Nova Parnamirim, brutalmente torturadas
antes de serem mortas.
É por elas que nós lutamos; é por todas as mulheres que foram
mortas, estupradas e consideradas vadias pela sociedade”, afirma Anita
Próspero Queiroz, de 57 anos.
De acordo com dados do Instituo Sangari, a capital potiguar a ocupar
o 10º lugar dentre as capitais nas quais mais ocorrem homicídios
femininos.
A situação em Natal é ruim, mas a de Mossoró é bem pior. Na "capital
do Oeste", em 2010, foram assassinadas 14 mulheres, fazendo com que a
cidade alcançasse um índice de 10,4 homicídios para cada 100 mil
mulheres.
“Ao somar o número bruto de homicídios femininos em Natal e Mossoró,
temos nada menos que 34 assassinatos. Ou seja, nas duas cidades
matam-se mais mulheres do que em todo o restante do Rio Grande do
Norte”, realça Anita. Segundo ela, o mais chocante nas análises desses
dados é que os crimes, muitas vezes maquiados de "crimes passionais",
onde a "paixão" passa a justificar o delito. “Homens não são donos das
mulheres. Não somos propriedades privadas”, enaltece.
“Nosso Corpo é nosso território, portanto, não precisamos sentir
culpa ou vergonha ao expressarmos nossos desejos, ao nos vestirmos como
quisermos, ao nos colocarmos como mulheres que se relacionam afetivo e
ou sexualmente com outras mulheres, e, portanto isso não dar o direito
de sermos violentadas e usarem nossa liberdade como justificativa para
estas violências que nós mulheres sofremos”, argumenta Cláudia Gazola,
do Coletivo Feminista Leila Diniz. História A Marcha das Vadias teve
inicio no Canadá em resposta a conduta machista de um policial.
Este declarou que as mulheres eram vítimas de ataques sexuais, pois
se "vestiam como vagabundas". A partir do fato, inúmeras manifestações
surgiram em todo o mundo. No Brasil, a cidade de São Paulo foi a
primeira capital brasileira a organizar a Marcha, seguidas das cidades
do Rio de Janeiro, Recife, Natal, Fortaleza, Brasília, Salvador e
outras. As mulheres saíram às ruas com o objetivo de reafirmar a
autodeterminação sobre os seus corpos e para combater essa sociedade
que as educa para não serem estupradas, porém não ensina a não estuprar.
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