domingo, 27 de maio de 2012

Marcha das Vadias Rio de Janeiro, Recife, Natal, Fortaleza, Brasília, Salvador e outras

Unindo forças contra o machismo, o racismo, a lesbofobia, a misoginia e ao sexismo, acontece hoje em Natal a Marcha das Vadias, que foi realizada conjuntamente em mais 14 estados de todo o Brasil. Todo tipo de violência contra as mulheres é criticado.
A campanha está acontecendo pela terceira vez na capital potiguar e reuniu neste sábado (26) cerca de 70 pessoas, na sua maioria mulheres, que se juntaram com faixas, cartazes e roupas sensuais numa movimentação horizontal. “Estamos indignadas com o duplo homicídio, que ceifou a vida de mãe e filha em Nova Parnamirim, brutalmente torturadas antes de serem mortas.
É por elas que nós lutamos; é por todas as mulheres que foram mortas, estupradas e consideradas vadias pela sociedade”, afirma Anita Próspero Queiroz, de 57 anos.
De acordo com dados do Instituo Sangari, a capital potiguar a ocupar o 10º lugar dentre as capitais nas quais mais ocorrem homicídios femininos.
A situação em Natal é ruim, mas a de Mossoró é bem pior. Na "capital do Oeste", em 2010, foram assassinadas 14 mulheres, fazendo com que a cidade alcançasse um índice de 10,4 homicídios para cada 100 mil mulheres.
“Ao somar o número bruto de homicídios femininos em Natal e Mossoró, temos nada menos que 34 assassinatos. Ou seja, nas duas cidades matam-se mais mulheres do que em todo o restante do Rio Grande do Norte”, realça Anita. Segundo ela, o mais chocante nas análises desses dados é que os crimes, muitas vezes maquiados de "crimes passionais", onde a "paixão" passa a justificar o delito. “Homens não são donos das mulheres. Não somos propriedades privadas”, enaltece.
“Nosso Corpo é nosso território, portanto, não precisamos sentir culpa ou vergonha ao expressarmos nossos desejos, ao nos vestirmos como quisermos, ao nos colocarmos como mulheres que se relacionam afetivo e ou sexualmente com outras mulheres, e, portanto isso não dar o direito de sermos violentadas e usarem nossa liberdade como justificativa para estas violências que nós mulheres sofremos”, argumenta Cláudia Gazola, do Coletivo Feminista Leila Diniz. História A Marcha das Vadias teve inicio no Canadá em resposta a conduta machista de um policial.
Este declarou que as mulheres eram vítimas de ataques sexuais, pois se "vestiam como vagabundas". A partir do fato, inúmeras manifestações surgiram em todo o mundo. No Brasil, a cidade de São Paulo foi a primeira capital brasileira a organizar a Marcha, seguidas das cidades do Rio de Janeiro, Recife, Natal, Fortaleza, Brasília, Salvador e outras. As mulheres saíram às ruas com o objetivo de reafirmar a autodeterminação sobre os seus corpos e para combater essa sociedade que as educa para não serem estupradas, porém não ensina a não estuprar.

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