"O que acontece aqui? Há muita moto, muita bicicleta, muitos caminhões. O transporte público de Mossoró tem ainda um pouco de inviabilidade econômica por isso. As pessoas andam muito com esses transportes ou de carona. Eu participei da elaboração do Plano de Mobilidade e esse foi um ponto batido em todo momento pelas empresas: a questão da viabilidade", explica Karisa.
A professora sugere soluções e denuncia problemas que se evitados poderiam amenizar a situação. "Então, ficam algumas questões: será que ficaria viável se fosse praticado um preço mais baixo? Se houvesse, talvez, um acordo com a Prefeitura. O que pode também estimular a população a utilizar o ônibus é a qualidade desse veículo, a acessibilidade para o idoso, para o cego. Muitas vezes o ônibus não dá acesso a quem não paga (ela fala das pessoas que têm direito à isenção), isso aí é fato também".
Empresa enumera problemas que vão além do Plano de Mobilidade
O gerente da empresa Ouro Branco, Márcio Viliam, acredita que o grande problema é a falta de fiscalização para coibir os táxis clandestinos, que "andam sem taxímetro e cobram taxas fixas para fazer a mesma rota que as linhas de ônibus". Ele reclama ainda de falta de paradas de ônibus, problema não contemplado pelo Plano de Mobilidade Urbana. Viliam diz esperar melhorias a curto prazo para que a situação não se complique ainda mais.
"A gente está precisando de mais apoio dos órgãos públicos. É necessário uma maior fiscalização com relação ao problema dos clandestinos. Em algumas linhas, há uma concorrência de 10 a 15 clandestinos para cada ônibus. E são carros normais, sem taxímetro. Essas pessoas não levam passageiros com direito à gratuidade, não levam estudantes. Dessa forma não tem como concorrer", diz. Por isso, para ele, investir na cidade "significa prejuízo".
O problema da falta de paradas também é considerado grave. "Praticamente não há paradas de ônibus definidas. As únicas que são definidas estão em frente aos hospitais e aquela próxima à ponte. E, por exemplo, na parada da avenida do Colégio das Irmãs há uma caçamba de entulho. Se chegarem dois ônibus, eles não têm como parar", avalia.
O gerente de Trânsito, Jaime Balderrama, aposta em grandes melhorias com o PMU, mas admite que a implantação de novas paradas ainda não foi planejada. "Na hora que entrar o sistema novo, a gente tem que coibir o uso de táxis e mototáxis clandestinos. O número de paradas está pautado pelas regras gerais. Não pode haver uma parada a menos de 60 metros uma da outra, a menos que seja estritamente necessário, mas não é uma coisa fixa. Se precisar de mais, a gente faz", afirma.
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