Calor e umidade deixam o corpo mais exposto.
Praias e piscinas também podem transmitir agentes de infecção.
O verão começa oficialmente nesta semana, em 22 de dezembro. É tempo de festas, de descanso, mas a saúde não pode tirar férias. Existem doenças que se tornam mais comuns nesta época do ano, e é importante ficar atento para não transformar a temporada na praia em um período de resguardo.
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O G1 conversou com os médicos Alexandre Wolkoff, coordenador do Hospital San Paolo, e Marco Aurélio Sáfadi, infectologista do Hospital São Luiz, em São Paulo, e com o Instituto Butantan para listar as doenças mais comuns da estação e dar dicas de como prevenir cada uma delas.Doença | O que é? | Por que é comum no verão? | Como evitar? |
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Desidratação | A pessoa ingere menos líquido do que o corpo perde. Começa com sintomas leves, como mal estar e dor de cabeça, mas nos casos mais graves pode até matar por insuficiência renal. | No calor, suamos mais, é um mecanismo do corpo para manter a temperatura ideal. | Beber bastante líquido. No mínimo dois litros de água é o consumo ideal para os adultos. Sucos e chás também podem ser ingeridos. Refrigerantes não são muito indicados, porque o líquido não é tão bem absorvido. A cerveja também não é, pois o álcool possui efeito diurético e a pessoa perde água pela urina. |
Insolação | É a exposição exagerada ao sol, especialmente nos horários mais quentes -- entre 10h e 16h, no horário de verão. Pode causar queimaduras na pele e desidratação, pelo excesso de suor. Em casos mais graves, a temperatura muito alta prejudica o funcionamento do organismo. | As pessoas tendem a passar mais tempo expostas ao sol e a temperatura aumenta a quantidade de suor. | Além de se hidratar, é importante evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes e usar roupas leves. |
Brotoeja | São pequenas bolhas que surgem na pele, porque os orifícios das glândulas que produzem suor ficam obstruídas. É mais comum em crianças, na região do pescoço e das axilas. | Além do suor, as células mortas da pele, que causam a obstrução das glândulas em alguns casos, também aumentam no calor. | Usar tecidos leves e roupas largas, manter a higiene da pele e não exagerar nos óleos. Passar protetor solar para ir à praia ou à piscina é importante, mas não é preciso besuntar as crianças de cremes o tempo todo. |
Micoses | São fungos que proliferam na pele, principalmente na virilha e entre os dedos do pé. Causam irritação e coceira. Dependendo da ferida, pode provocar uma infecção. | Ambientes quentes e úmidos são ideais para os fungos. Podem ser transmitidos pela areia ou pelo piso em torno da piscina, mas o cloro na água impede que o fungo passe de pessoa para pessoa. | Secar bem o corpo depois de sair do banho, principalmente a virilha e os pés. Para as mulheres, uma dica é secar o cabelo a frio, para evitar micose no couro cabeludo. |
Bicho geográfico | É um protozoário que penetra na pele e se alimenta de camadas internas. Causa dor e coceira. | É comum em cães e gatos e pode ser transmitido para humanos quando pisamos nas fezes dos animais ou perto delas. | Proibir a entrada de animais na praia. As fezes infectam um raio de dois metros na areia e dez metros na água. |
Otite | É uma inflamação do ouvido, geralmente da parte mais externa, o duto auditivo. A água que entra no ouvido provoca irritação e pode conter também fungos e bactérias infectantes | Como as pessoas nadam mais, aumenta a probabilidade de que entre água, contaminada ou não, no ouvido. | Se entra água no ouvido, é preciso tirar logo. Cotonetes são recomendados para secar o ouvido. Álcool não é recomendado, pois irrita a região. Usar bolinhas de silicone no ouvido durante o banho de piscina ou de mar evita que entre água. |
Conjuntivite | É uma inflamação na conjuntiva -- a membrana que reveste os olhos. | Pode ser uma irritação causada pelo sal do mar ou pelo cloro da piscina. Também pode ser transmitida por bactérias na água. Existe também a conjuntivite viral, que é comum o ano inteiro. | Usar óculos de natação e lavar os olhos depois de nadar são dicas úteis. Também é preciso evitar contato com pessoas já infectadas. |
Dengue | É uma febre causada por um vírus que provoca, entre outros síntomas, náusea, vômito e cansaço. Em sua forma mais grave, a dengue hemorrágica, pode levar à morte. | O mosquito que transmite o vírus precisa de água parada para se reproduzir. No verão, as chuvas aumentam o número de criadouros. | A maneira mais eficaz de prevenir a dengue é impedir a reprodução do mosquito, eliminando recipientes que acumulem água. |
Hepatite A | É uma inflamação no fígado, provocada por um vírus. Das três formas da hepatite, essa é a que menos mata, mas também deixa sequelas no órgão. | O vírus pode ser transmitido pela água ou até pelos alimentos, em lugares com saneamento básico ruim -- como algumas cidades de praia. Não é propriamente uma doença sazonal, mas esses fatores aumentam o risco de transmissão no verão. | Existe uma vacina que pode ser tomada a partir de um ano de idade, mas ela não é oferecida pela rede pública. Além disso, a água consumida deve ser clorada ou fervida, os alimentos devem ser cozidos e é preciso lavar bem as mãos antes das refeições. Essas medidas, aliás, previnem também contra infecções intestinais. |
Veneno de animais venenosos | Pessoas são expostas pelas picadas de cobras e ferroadas de escorpiões, por exemplo. | No inverno, as cobras procuram abrigos contra o frio; quanto volta o calor, elas ficam mais ativas. No caso dos escorpiões, seus esconderijos ficam alagados e eles tendem a sair; além disso, é a época de reprodução dos insetos, que servem de alimento para os escorpiões. | Andar sempre calçado previne contra as picadas. Em caso de mordida de cobra, apenas lave com água e sabão e busque auxílio médico imediato. Quanto à ferroada do escorpião, a primeira medida é colocar uma compressa de água morna antes de procurar um profissional de saúde. |
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