“O conservantismo, o irrealismo, o personalismo e a corrupção são defeitos da minoria e deles resultam as insuficiências populares. A arte de furtar é nobre e antiga, praticada pelas minorias e não pelo povo. O povo não rouba é roubado (…) A estrutura social rígida constitui também um sério obstáculo porque não só impede a emergência de novos valores na sociedade, como mantém o sistema de privilégios na distribuição da riqueza e da renda.”
E mais: “Os privilégios enfraquecem os incentivos à atividade econômica e não se refletem no índice de formação liquida de capital, mas nos padrões extravagantes de consumo conspícuo nas altas camadas da sociedade, em face das desumanas condições de vida dos grandes grupos sociais modestos. Estes padrões, por mais contraditórios que pareçam o desenvolvimento e o consumo conspícuo, são aplaudidos pelos cronistas sociais, que possuem largas colunas nos principais orgãos de imprensa, avidamente lidas não só por aqueles grupos sociais, mas pelas classes médias, sempre ambicionado o gozo dos mesmos privilégios e padrões.”
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