segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Fumar é cafona!!!!
O primeiro trago é uma mistura de repulsa e inconveniência. A fumaça entra, rasgando os pulmões e a boca seca. Mas, logo em seguida, vem uma sensação de prazer e ali ficam os primeiros resíduos de nicotina que vão viciá-lo e fazer que um cigarro seja o começo para se fumar um maço inteiro. Depois, fica difícil parar e, quando a pessoa se dá conta, acumula no organismo os problemas de saúde que lentamente vão sendo somados até levá-la à morte.
Nada disso é novidade nem original. A divulgação sobre os malefícios do cigarro estão constantemente na pauta da mídia, dos órgãos de saúde e nas próprias embalagens de cigarro. O que faz que as pessoas permaneçam no vício é menos a consciência de que o cigarro faz mal a sua saúde e muito mais uma dificuldade em buscar apoio para o fim da dependência.
Agora, para pressionar a redução ao consumo de cigarros no país, o Senado aprovou recentemente um projeto de lei que altera a legislação sobre o fumo e aperta o cerco contra o cigarro em todo o país. Entre as medidas, estão o aumento do tributo e outras mudanças que alteram os hábitos de consumo, como a proibição dos fumódromos.
Conforme o texto, será obrigatório o aumento de avisos sobre os malefícios do fumo, que deverão ocupar 30% da parte da frente do maço de cigarros. Essa mudança deverá ocorrer a partir de 1° de janeiro de 2016. Atualmente, a parte de trás dos maços é totalmente ocupada por imagens que mostram as consequências do tabagismo.
O texto também prevê aumento na carga tributária dos cigarros e fixa preço mínimo de venda do produto no varejo. Com isso, fica estabelecida em 300% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o cigarro. O aumento no preço do produto está previsto para o início de 2012. Com o reajuste do imposto e o estabelecimento de um preço mínimo, o cigarro subirá cerca de 20% em 2012, chegando a 55% em 2015. Se o cigarro já não era um bom negócio, com o aumento do preço dificulta ainda mais.
Se aprovado, será proibido em todo o território nacional o uso de cigarro em ambientes fechados, privados ou públicos.
DADOS DO INCA
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) integra o Programa Nacional de Combate ao Tabagismo no país e divulga dados interessantes sobre o consumo de cigarro. Segundo o instituto, o tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo.
A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1,2 bilhão de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres) sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar.
O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos com idade produtiva (entre 35 e 69 anos).
A DECISÃO
"Não é fácil, mas, com força de vontade, deixar de fumar não é impossível", conta a dona de casa Marineide Morais sobre a sua experiência de deixar de fumar. Ela conta que fumou por 35 anos e começou com poucos cigarros, mas, com o tempo, fumava dois maços de cigarro por dia.
Com o passar do tempo, essa necessidade trazida diante do vício passou a incomodá-la.
"Fazia tempo que eu queria parar, mas nunca tinha tentado. Até que entrei na comunidade do Orkut 'Como parar de fumar' e, lendo a história das pessoas, decidi que queria parar, que eu conseguiria", relata Marineide.
Ela explica que a decisão foi reforçada quando buscou um médico e pediu que lhe receitasse um medicamento (Bup) para pessoas que querem deixar o cigarro.
"O médico receitou e, com a medicação, via a minha ansiedade por cigarro sendo reduzida. No dia que fumei apenas dois cigarros, determinei que no dia seguinte não fumaria mais. Foi difícil resistir, mas estou conseguindo. Há três meses não chego perto de cigarro", explica Marineide.
Ela reconhece que, como todo vício, há a possibilidades de recaídas e, por isso, entende que não pode dar a primeira tragada em nenhuma hipótese. "Tem que ter consciência e não comprar cigarro. Não se pode chegar perto. Mas, quando a saúde vai melhorando, a gente se sente bem e tem forças para continuar", reforça.
Marineide conta que, além dela, toda uma geração de amigos e de irmãos que cresceram com o estímulo ao cigarro estão adotando uma vida mais saudável ao decidir não fumar mais. A dona de casa conta que gastava R$ 7,00 por dia com cigarros. Em um ano, gastava mais de R$ 2.500,00 com o vício. "Com o aumento, o gasto se torna ainda mais absurdo", reforça.
Há uma mudança de valores hoje diante de tanta informação, mas o consumo de cigarros ainda é frequente entre o público adolescente e jovem, atraídos, sobretudo, pelas estratégias de aromatizar o sabor ruim do cigarro. Numa das campanhas do Ministério da Saúde, pode-se ver esse alerta: "É gostoso, é cheiroso, mas é veneno: Não caia nas armadilhas do cigarro!"
AJUDA
Em Mossoró, há o programa de controle ao tabagismo, mas as ações de apoio para quem decide parar de fumar se dão, atualmente, de forma limitada.
O Ministério da Saúde determina que é responsabilidade dos Municípios manterem os programas, com acompanhamento individual e em grupo para dependentes de nicotina com equipe multidisciplinar e distribuição de medicamentos específicos.
Buscando dados na Prefeitura de Mossoró, o coordenador municipal de Saúde Mental/Departamento de Atenção Integral à Saúde da Gerência Executiva da Saúde de Mossoró, Alcedir Gabriel, e que vinha respondendo também pelo programa antitabagismo na cidade, explica que haverá uma ação mais específica para esse público em 2012.
Ele diz que no ano que vem haverá reestruturação dessa ação e ampliação do trabalho com oferta, inclusive, de medicação sob prescrição médica para quem desejar acabar com o vício.
"Vamos cadastrar uma Unidade de Referência e passaremos a ofertar a medicação. Alguns servidores já estão sendo capacitados, outros já passaram por capacitação e poderemos ter estruturada uma rede controle com tratamento específico para o tabagismo", ressalta.
Por enquanto, a Unidade de Saúde Mental (UISAM) ainda é uma unidade que pode auxiliar nesse início e as próprias unidades básicas de saúde. Com ajuda médica, o primeiro passo para se livrar do vício é dado
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